No ano passado fiz uma promessa, que ainda não cumpri, à escritora Maria do Céu Nogueira. Ao passarmos no Alívio, ambas nos insurgimos contra a forma como as árvores tinham sido podadas. O panorama era tanto mais confrangedor, quanto de um lado tinham sido podadas e do outro não.
Desde que as brigadas municipais estão equipadas com motoserras, as árvores não são podadas, são mutiladas. Metem dó, as pobres. Depois crescem, é verdade, mas tortas, cheias de nós. Menos altivas. Que se cortem os ramos podres, acho bem. Agora que se dispam as árvores de ramos e de dignidade, acho mal. Dá-me vontade de uivar, como o Idéafix.
O meu sonho era que, tal como no álbum O Domínio dos Deuses, um druida inventasse bolotas mágicas capazes de gerar instantaneamente uma árvore altaneira. Andaria com os bolsos cheios de bolotas e atirá-las-ia sorrateiramente para as valas. Mas, como isso só existe nos meus sonhos mais selvagens, resta-me apelar às Câmaras Municipais para que deixem as árvores crescer em paz...
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