segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Oh as árvores as árvores as árvores as árvores

Numa das série de banda desenhada que mais aprecio, Astérix (que existe aqui na Biblioteca), uma personagem canina, o Idéafix (que é de ideias fixas), sofre como um cão (o trocadilho é fácil, demasiado fácil, mas irresistível), sempre que uma árvore é arrancada.


No ano passado fiz uma promessa, que ainda não cumpri, à escritora Maria do Céu Nogueira. Ao passarmos no Alívio, ambas nos insurgimos contra a forma como as árvores tinham sido podadas. O panorama era tanto mais confrangedor, quanto de um lado tinham sido podadas e do outro não.


Desde que as brigadas municipais estão equipadas com motoserras, as árvores não são podadas, são mutiladas. Metem dó, as pobres. Depois crescem, é verdade, mas tortas, cheias de nós. Menos altivas. Que se cortem os ramos podres, acho bem. Agora que se dispam as árvores de ramos e de dignidade, acho mal. Dá-me vontade de uivar, como o Idéafix.



O meu sonho era que, tal como no álbum O Domínio dos Deuses, um druida inventasse bolotas mágicas capazes de gerar instantaneamente uma árvore altaneira. Andaria com os bolsos cheios de bolotas e atirá-las-ia sorrateiramente para as valas. Mas, como isso só existe nos meus sonhos mais selvagens, resta-me apelar às Câmaras Municipais para que deixem as árvores crescer em paz...

Sem comentários:

Enviar um comentário