segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Não me façam falar! (I)

Na sexta-feira ia a entrar no bloco A e ouvi um aluno não identificado a dizer o seguinte: «O não-sei-quantos é o meu herói. Conseguiu que a professora de Filosofia ficasse uma hora a falar!» Eu desconfio que a escola está cheia de "heróis" destes. Acho até que conheço alguns. E fico a pensar que algumas das coisas mais importantes que aprendi na escola, nomeadamente com a minha querida professora de Francês, Maria Laura Macedo, não tinham directamente a ver com a disciplina. Eram aqueles espaços em que aprendíamos a ser, a pensar, a estar no mundo. Mas NÃO resultavam de uma armadilha estendida por alunos com intenções dúbias a docentes bem intencionados.


Pois não deverá um professor de Filosofia responder a uma pergunta de um aluno?! Mesmo quando essa pergunta não se enquadra directamente no ponto do programa que está a leccionar? Não poderá ou não deverá comentar uma tema da actualidade acerca do qual é questionado? A resposta é, sem dúvida, afirmativa. Porém, se esta resulta de uma manipulação, temos alunos que estão a boicotar conscientemente o trabalho do seu professor. São uns heróis, são. Da mediocridade.

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