quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Aviso à navegação

Para os mais distraídos: todas as entradas do bloco de serviços têm um tapete, uma faixa cinzenta onde se devem LIMPAR OS SAPATOS para não sujar o pavimento. Como em nossas casas. Simples, não é?

Casa nostra, causa nostra, escola nostra

Uma escola que se renova precisa de pessoas à altura. Pessoas que, aquando da discussão do projecto, disseram o que tinham a dizer. E que, depois desta, a aceitam como produto das suas contribuições ou se calam como resultado da sua não participação.

Pessoas que, seja como for, a tratam como casa sua, que também é. Daí que me doa ver alunos dar pontapés a portas ou a pôr os pés nos assentos estofados das cadeiras da Biblioteca. Que tenha sentido náuseas quando ouvi o Augusto a contar que, logo no primeiro dia de aulas, tinha visto um aluno a dar um murro num distribuidor de líquido acabado de instalar.
Mas o que somos? Vândalos? Bárbaros? Ricos (com dinheiro para substituir material acabado de instalar)? Animais, que refocilam na própria sujidade?
Fico perplexa: estimo a minha escola como a minha casa. Tal como a minha casa, paguei-a e passo nela muito tempo. Se as nossas casas nos revelam, as nossas escolas mostram aquilo que somos.

Como folhas de árvore

SOU COMO FOLHAS DE ÁRVORE

Sou como folhas de árvore — reparo.
Numerosas, presas ao ramo por pecíolos tenazes,
contudo complacentes com o ar que passa,
e por isso frívolas, mostrando
alternadamente as duas faces.


Assim múltiplo e trémulo sou eu.
Apenas um pouco menos perecível,
julgo. E a figueira a que pertenço
talvez um pouco mais durável
que as de verdade.
Mas isso pode ser impressão minha.

(A. M. Pires Cabral)

domingo, 25 de setembro de 2011

A escola começou e, com ela, o Outono

Se deste Outono uma folha,
apenas uma, se desprendesse
da sua cabeleira ruiva,
sonolenta,
e sobre ela a mão
com o azul do ar escrevesse
um nome, somente um nome,
seria o mais aéreo
de quantos tem a terra,
a terra quente e tão avara
de alegria.

Eugénio de Andrade