sábado, 28 de fevereiro de 2009

Bruno Nogueira

O Expresso perguntou ao humorista Bruno Nogueira (Os Contemporâneos) o que o faz ficar mal-disposto. E ele respondeu:
"Pessoas que não conseguem dizer boa tarde e que, quando abrimos ou seguramos uma porta para elas passarem, não conseguem agradecer. A palavra «obrigado» transformou-se num palavrão que não pode ser dito em voz alta."
(Revista Única, 28/2/2009)

Antídoto contra a exaurição

Ontem a Dora disse-me que eu estava com um ar exaurido. Exaurido é uma palavra bonita, sugestiva - e certeira. De facto, sentia-me exaurida. Mas fiquei menos, a saborear o momento. Que tempo dedicamos nós às pessoas que nos rodeiam, a falar com elas, a dedicar-lhes o nosso olhar e a nossa atenção? Há muitos anos li um texto do psiquiatra Daniel Sampaio onde se afirmava que uma simples frase podia salvar um adolescente do suicídio. Não sendo esse o caso, aqui fica registado o momento em que a Dora disse a palavra certa na altura certa.

Sem comentários

E, por falar em sugestões só para adultos, há uma notícia da semana que este blogue NÃO vai comentar... excepto para lamentar a forma como locutores e comentadores pronunciaram o nome de Courbet (até os jornalistas da Antena 2. Até o Pedro Malaquias).
Pacheco Pereira deu-se ao trabalho de recensear os tratos de polé a que esta palavra foi submetida (cf. a crónica "A bloguização da comunicação social"). Não comentemos, moralizemos: prestem atenção às aulas de francês, treinem a pronúncia... nunca se sabe quando é que vão precisar dela.

Filmes na televisão, hoje

Hoje passam na RTP2 dois bons filmes: "A criança" de Jean-Pierre e Luc Dardenne e, sobretudo, "Os Edukadores" de Hans Weingartner. Não os sugerimos aos nossos alunos, mas aos nossos professores.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Elogio da preguiça


A nossa sugestão de hoje destina-se, exclusivamente, a alunos. Os professores dificilmente a poderiam levar a cabo. Eu, por exemplo, vou passar o fim-de-semana a corrigir testes e a preparar aulas... o que não me impede de ouvir estas duas músicas e de sonhar.



Je reste au lit (Pascal Parisot)


A quoi ça sert que je me réveille

aujourd'hui ce sera comme hier

à part rien faire et brasser de l'air

quitte à me sentir inutile


Je reste au lit

à partir d'aujourd'hui

Je reste au lit

ça sert à rien de toute manière

j'ai rien à faire sur cette terre

Je reste au lit.


Je préfère compter les araignées

qui squattent dans un coin du plafond

et observer à l'horizon d'la couette

le coucher de mes doigts d'pieds


Je reste au lit

puisque c'est ainsi

Je reste au lit

le téléphone peut bien sonner

c'est pas moi qui vais m'déplacer

Je reste au lit.


Au lieu d'ouvrir ma boite aux lettres

pour voir que j'ai jamais d'courrier

trouver du boulot

pour gagner dix francs d'heure et des clopinettes


Je reste au lit

puisque c'est ainsi

Je reste au lit

Je gaspillerai un peu moins d'air

j's'rai écolo à ma manière

Je reste au lit.


Les gens qui sont dans ma radio

et ceux dans ma télévision

m'ennuient, ils me donnent le bourdon

qu'ils fassent sans moi leur numéro

Je reste au lit, j'préfère ma tapisserie,

Zou Za Zou Zi


A quoi ça sert de boire des verres

avec trois piliers au comptoir

philosopher à moitié noir

sur le monde qui est à refaire

Je reste au lit parce qu'elle s'en fout

la misère c'est pas nous

qui apporterons l'eau dans les déserts

c'est pas nous qui stopperons les guerres

alors tant pis on peut bien crever sur la terre

à présent c'est plus mon affaire

Je reste au lit.




A outra música ("Sympathique", dos Pink Martini) é bem conhecida de muitos alunos do 9º ano. O refrão é "Je ne veux pas travailler." O Luís do 9º B adora-a. Vá-se lá saber porquê...

São, talvez, as letras de música mais politicamente incorrectas que um "blog" escolar jamais publicou. Um devaneio de quem precisa de descanso. Por princípio, discordamos em absoluto da desistência do Pascal Parisot - embora achemos graça à perspectiva "ecológica" (a negrito e em itálico). Não transcrevemos a letra de "Sympathique" porque, apesar da sua aparente leveza, ela aborda o problema da violência doméstica (além de que o professor Mangas podia ler nela um incentivo ao consumo do tabaco). Enfim, devaneios...

Eu não disse?

Família de Paulo Nogueira
Prado - Vila Verde

Se houvesse um concurso para eleger a frase mais irritante, "Eu não disse?" ("Eu não te/vos disse?") obteria seguramente um bom lugar. Mesmo assim, faço questão de iniciar este texto com essa frase, tão vilipendiada quanto frequente, dado que fui ver a exposição do Museu da Imagem e lá estavam, preto no branco, inúmeras famílias desta zona.

Vejam esta listagem de fotografias que medeiam entre 1910 e 1960 e depois digam-me se não vale a pena ir lá no Sábado. A entrada é gratuita, o interesse é garantido.


Duas Igrejas - Família de Joaquim Pereira

Lage - Famílias de António Maria de Castro e de Francisco de Castro

Mós - Família de Manuel Joaquim Alves

Moure - Família de Maria da Glória Lopes

Prado - Famílias de Paulo Nogueira, José Lopes Teixeira, Manuel Barbosa Lima, António Fernandes Cerqueira, António Joaquim Alves, José Carlos Oliveira e Manuel Gonçalves Faria

Sande - Família de José Maria Ferraz

S. Mamede de Escariz -Família de António Luís Dias

Vila Verde - Famílias de Manuel Roriz, Joaquim da Silva, José Joaquim Loureiro, Padre João António Azevedo e José Luciano de Sousa

O que eu não disse, mas devia ter dito, é que o Director do Museu da Imagem, Rui Prata, foi professor na nossa escola. Em suma, é Prata "da casa"...

P.S. Vilipendiada é apenas uma maneira "chique" (como dizem os meus alunos) de dizer desvalorizada ou pouco considerada...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sugestão de fim-de-semana: retratos com gente dentro


As nossas sugestões têm estado sempre confinadas aos arredores de Vila Verde. A de hoje é a exposição "Retratos de família", que está patente no Museu da Imagem, em Braga. É perto, é barato, é bonito: só vantagens. O Museu está situado num sítio lindíssimo, a dois passos do Arco da Porta Nova. É como uma sala de visitas de Braga: de um lado vê-se o arco, uma praceta deliciosa, o enfiamento da rua do Souto. Do outro, o campo das Hortas. O próprio Museu constitui uma solução arquitectónica interessante. Quanto às exposições, não queremos ser injustas: já lá vimos exposições excelentes. Mas reservamos para aquelas que resultam da pesquisa no espólio da antiga Foto Aliança - como é o caso desta - um carinho especial. É como uma viagem no tempo. Mesmo nós, que não somos originárias de Braga, gostamos de lá ver fotografias das famílias bracarenses. Mas, atenção: também já lá vimos retratos de pessoas de Prado, Vila Verde, Amares. Gente como nós, mas de outros tempos. Fascinante.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Níveis de produtividade


Lemos no Expresso de 15/2/2009 que o sistema nacional de saúde francês está em crise profunda. Os erros médicos e de enfermagem estão a causar acidentes, alguns dos quais fatais. Não conhecemos bem a realidade francesa, mas, a acreditar na extensa reportagem do semanário, tendemos a acreditar que um número elevado de horas de permanência (35/semana) é nocivo para a atenção/concentração que certos trabalhos exigem. Daí a conclusão: o Jacques Prévert estava enganado. O que agora nos ocorre é:



Il ne faut pas laisser les économistes jouer avec les allumettes.

Parce que quand on le laisse seul

Messieurs

Le monde économique

Ment

Monumentalement.

Professores grandes leitores


Que os professores em geral - e os professores de Português em particular - devam ser grandes leitores, parece-me algo muito recomendável. Eu própria fui, em meu tempo, uma grande leitora. Uma daquelas que lê tudo. Li várias vezes todos os livros que havia lá em casa - e havia muitos. Incluindo os menos recomendáveis para a minha idade. Li todos os livros dos meus primos, dos meus amigos e respectivos pais. Ainda hoje sei dizer os livros que eles tinham lá em casa - e que eles próprios desconhecem. Eu, que sou uma pessoa discreta, não considero falta de educação olhar para estantes. Passados dias, meses, anos, sou capaz de dizer a alguém que tem o livro x. É assim. Frequentei com muito proveito essa instituição maravilhosa, intitulada "Bibliotecas itinerantes Calouste Gulbenkian". Pedi livros emprestados a conhecidos e a desconhecidos. E só não roubei livros porque coro com muita facilidade (se bem que, se fosse presa por isso...)

Uma das grandes rupturas da minha vida teve a ver com o facto de começar a trabalhar. Trabalhar é importante, e eu sempre quis ser professora (tive apenas um ligeiro devaneio quando andava na faculdade, e agora ando com dúvidas existenciais. Adiante). A vantagem: passei a ter mais dinheiro para comprar livros. O problema: passei a ter menos tempo para os ler. Apesar de tudo, julgo que ainda me podia considerar uma razoável leitora.

O que me apoquenta é que, agora que eu me posso considerar uma pequena leitora (face ao que fui, face ao que queria ser), vêm dizer-me que tenho de ser uma grande leitora. Essa é a chave para se ser um bom professor de Português (não será a única, afianço-vos. Mas enfim). Pois bem, eu pergunto: com que tempo?

A acreditar na professora Ana Margarida Dias (e eu acredito), uma Biblioteca escolar é um bom observatório. Ora, eu bem vejo a vida das professoras cuja componente não lectiva é trabalho de Biblioteca. Todas nós gostamos de livros, todas somos enérgicas e, no entanto, todas nos queixamos de falta de tempo para ler. Nos últimos anos abdicámos de cada vez mais aspectos da nossa vida pessoal para tentar manter os níveis de exigência laboral a que nos habituámos. Mas, como diria o Sérgio Godinho, é uma batalha perdida (que se trava com ardor). Lemos aos bocadinhos: cinco minutos antes de adormecer, no consultório do dentista, no carro, à espera dos filhos, no comboio. Resta-nos o lastro de leituras antigas: tornamo-nos pequenos, pequenos leitores. Minúsculos, ínfimos, cada vez menos, cada vez menores, até à extinção total.


P.S. Mais uma vez agradeço à equipa da Biblioteca pelo facto de me deixar fazer da porta (azul) o meu muro das lamentações.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

"O amor acontece"... e os dislates também

No sábado, de telecomando em riste, deparei com uma passagem da comédia romântica "O amor acontece", onde um escritor britânico se apaixona pela sua mulher-a-dias portuguesa. O facto em nada me incomodaria, não se desse o caso de a sequência do filme traçar um quadro devastador de uma suposta realidade nacional.
Conheço vários filmes em que os portugueses - as portuguesas - surgem, e nem todos pelas melhores razões. Um dos meus filmes de animação favoritos, "Belleville rendez-vous", tem como personagem principal Mme Souza, uma porteira coxa, baixa, feia, de óculos, com buço e de puxo. Mas o cliché visual funciona como mero apontamento humorístico, quase um contraponto à excelência "humana" da personagem.

Também no filme "Nada meiga" (em exibição no Bragashopping até dia 20 de Fevereiro) surge uma mãe portuguesa, que fala compulsivamente e em voz muito alta - e mima excessivamente o filho. No entanto, além de haver muitas portuguesas que correspondem a este perfil (muitas gregas, muitas francesas, muitas norteamericanas, muitas italianas, muitas senegalesas), não há uma exploração deliberada de apenas uma faceta de uma nacionalidade.

Já em "O amor acontece", os portugueses parecem todos feios, porcos e tontos. Quando o escritor vem a Portugal pedir Aurélia em casamento, o pai desta, de aspecto miserável, abre-lhe a porta de camisola interior. Acontece. Pior é o diálogo que entabula com a outra filha (feia, gorda, desleixada - mas acontece): boçal até dizer chega. Infelizmente, acontece. Mas alguém acreditaria que uma multidão seguisse os dois até ao restaurante onde Aurélia trabalha, fosse lançando comentários pela rua fora, dissesse tamanha quantidade de disparates?! Não, o que ali temos é um retrato em pseudo-mosaico, um mural, de todo um país, em que a personagem interpretada por Lúcia Moniz seria uma excepção. Por mim, proibiria a exibição do filme em Portugal. Fazer rir com piadas de um nível tão rasteiro releva da pura e simples falta de nível (e de talento).

Esta conversa fez-me lembrar um filme maravilhoso de Mike Leigh, intitulado "Segredos e mentiras", onde estas problemáticas (xenofobia, mas também racismo, diferenças culturais e sociais) são tratadas com uma sensibilidade rara. Se algum vez o virem (no clube de vídeo, na televisão), aproveitem.

Discurso hiperbólico

Ana Francisca: obrigada(s) pela resposta. Talvez as repetições simbolizem, apenas, o nosso apego a este lugar... Quanto à tua objecção, ela tem razão de ser. Intransitável tem, efectivamente, uma conotação negativa. Mas, como se costuma dizer, no exagero é que está a graça. Se vires bem, usamos diariamente uma enorme quantidade de exageros (olha este aqui, a brotar involuntariamente dos meus dedos...) que apimentam o nosso discurso. E nós andamos contentes com esta movida - desde que não seja barulhenta.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Dia de S. Valentim

De há uns tempos para cá, as pessoas começaram a ficar mais cuidadosas com este dia de S. Valentim. A meu ver, deram-se conta de que andávamos a ser orquestrados, manipulados, por uma voragem de consumo. Depois, apareceram as primeiras manifestações de orgulho a solo, com as menções, cada vez mais insistentes, brincalhonas e descomplexadas, ao Dia dos encalhados. Que até faz sentido, se pensarem que a maior parte da população mundial está só, vive ou viverá só. Este ano, contornando habilmente a questão, o meu ginásio convida-nos a levar, no sábado, um amigo ou amiga especial. E aqui está como o marketing vai ao encontro da sensibilidade do maior número de pessoas possível...
Nós por cá decidimos que no dia treze era bom experimentar a solidão (Philip Roth dixit) para, no dia catorze, melhor comunicar. Com quem? com o namorado, a senhora do café, o vizinho do lado, a mãe, a prima, o amigo, a amiga, o marido, o carteiro, a colega, a namorada, o desconhecido, o funcionário dos correios, o revisor do comboio, a professora...

Philip Roth

Andamos a ler um livro de Philip Roth, O fantasma sai de cena. Não é talvez, o primeiro que nos ocorreria recomendar num contexto de leitura, mas é, ainda assim, um livro muito interessante. Neste livro, mais uma vez, o protagonista é Nathan Zuckerman. Depois de um exílio voluntário no campo, Nathan regressa, por motivos de saúde, à Nova Iorque pós 11 de Setembro:
«Que me surpreendeu mais nos meus primeiros dias de deambulação pela cidade? A coisa mais óbvia - os telemóveis. Lá no alto da minha montanha ainda não tínhamos cobertura de rede, e cá em baixo em Athena, onde a têm, raramente via pessoas a andar na rua falando despreocupadamente para dentro dos seus telefones. Lembrei-me de uma Nova Iorque em que as únicas pessoas que subiam a Broadway parecendo que iam a falar sozinhas eram malucas. Que tinha acontecido nestes dez anos para que de repente houvesse tanto para dizer - tanto e tão urgente que não pudesse esperar para ser dito? Para onde quer que eu fosse, havia sempre alguém que caminhava na minha direcção a falar ao telefone e alguém atrás de mim a falar ao telefone. Dentro dos carros, os condutores iam ao telefone. Quando me metia num táxi, o taxista ia ao telefone. Para quem muitas vezes passava dias seguidos sem falar com ninguém, não podia deixar de me perguntar o que seria que antes refreava as pessoas e agora tinha desaparecido a ponto de as levar a falar constantemente para dentro de um telefone em vez de passearem sem terem ninguém a vigiá-las, momentaneamente solitárias, assimilando as ruas através dos seus sentidos animais e pensando as miríades de pensamentos que as actividades de uma cidade inspiram. Para mim, aquilo fazia as ruas parecerem cómicas e as pessoas ridículas. E no entanto também me parecia uma verdadeira tragédia. Erradicar a experiência da separação não pode deixar de ter um efeito dramático. Quais serão as consequências? Sabemos que podemos contactar a outra pessoa em qualquer altura, e se não pudermos ficamos impacientes - impacientes e furiosos como pequenos deuses estúpidos. »


Neste dia belíssimo, aqui fica a nossa sugestão: passear sem ninguém a vigiar-nos, momentaneamente solitários, assimilando as ruas através dos nossos sentidos animais e pensando as miríades de pensamentos que as actividades de uma cidade inspiram.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Mr. and Mrs. Darwin



O Sr. Charles Darwin nasceu há duzentos anos. A Sra. D. Emma Darwin costumava fazer-lhe um bolo, que a professora Ana Cristina Oliveira confeccionou e trouxe para a Biblioteca. E não é que o bolo estava óptimo? Uma receita com mais de duzentos anos?! Nós fomos buscá-la ao site da Ciência Viva e Laboratórios Associados - http://www.darwin2009.pt/ (já sabem: FINS DIDÁCTICOS) e deixamo-la aqui. Se lerem este "post" hoje, aproveitem e venham provar o fabuloso bolo de Darwin. Se ainda houver...


Ingredientes

225 g manteiga
225 g açúcar (poderá ser açúcar amarelo ou açúcar fino – este último não é açúcar em pó, mas é mais fino do que aquele que colocamos no chá; é utilizado pelos americanos)
2 ovos
75 ml brandy
2 colheres de sopa (30 ml) de sumo de laranja
225 g fruta cristalizada
280 g farinha com fermento
Procedimento:
1. Juntar a manteiga, o açúcar, a fruta cristalizada, o brandy e o sumo de laranja.
Misturar cuidadosamente durante 5 minutos.
2. Entretanto, untar (ou colocar papel apropriado) uma forma de 20 X 20 X 5 cm.
4. Aquecer o forno para 160ºC
5. Juntar os ovos à mistura
6. Amassar a mistura com a farinha
7. Colocar a mistura na forma.
8. Cozinhar durante cerca de 1 hora (testar se está pronto - a partir dos 45 min.)
9. O bolo deve ser arrefecido na forma.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Movida

Há muito tempo que não escrevemos acerca das nossas iniciativas. E, no entanto... (parafraseando Galileu) ela, a biblioteca, move-se. Para além dos alunos que a frequentam para fazer consultas, trabalhar, utilizar os computadores, visionar material multimédia, há uma autêntica movida. Nos intervalos desaguam aqui grandes quantidades de alunos, tornando o espaço quase intransitável.
Mas a Biblioteca também "mexe" de outras formas. Já aqui demos conta das nossas itinerâncias (nós fomos à "Escola de cima" - leia-se E.B. 2, 3 de Vila Verde, a "Escola de cima" veio cá). Parafraseando Humphrey Bogart em Casablanca, "Este é o início de uma bela amizade"...
A nossa responsável tem alma de Directora de jornal, daí que se comemorem as mais diversas efemérides: desde que o ano começou, já aqui se falou de Dinis Machado, José Cardoso Pires, Machado de Assis, Le Clézio. Mas não pensem que nós aqui só nos ocupamos de literatura. Não! Somos tão eclécticos, tão eclécticos, que comemoraremos os cinquenta anos da boneca Barbie. E que não lhes ocorra que aqui só se combate a pobreza de espírito: a Biblioteca apoiou a iniciativa "Levanta-te e actua" contra a pobreza e pelos objectivos do milénio. Não pensem, tão-pouco, que a ciência nos passa ao lado: é ver a exposição sobre Charles Darwin que, a partir de amanhã, aqui estará patente. Que não vos passe pela cabeça que a pintura ou as artes gráficas não nos interessam: ainda podem apreciar os cartazes que os alunos do curso de Bibliotecas (11ºO) fizeram sobre a obra de Salvador Dali. A web interessa-nos, mas também nos preocupa, pelo que o Dia da Internet segura deu azo à exposição de alguns cartazes com conselhos avisados, e à deslocação à escola de um especialista que integra a equipa da Escola Segura (segunda-feira, 16 de Fevereiro), que se dirigirá às turmas de nono ano.
E, como movida pressupõe multiculturalismo, a Biblioteca passou a ser a "Casa de acolhimento" dos alunos de Língua Portuguesa não materna. Aqui fala-se português, mas também francês, chinês, inglês, castelhano. Cá entre nós que ninguém nos ouve, quer-nos parecer que a professora Lúcia está a aprender a dobrar papéis em... japonês.
Caça ao erro
Quantas vezes se escreveu o vocábulo aqui? E não respondam (embora tivessem razão) "Vezes de mais". "Postem" uma resposta, um comentário e sugestão de supressão/correcção. Que os profes também se enganam...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Ideias malucas


Um destes dias ainda vamos presas, por fazermos publicidade num blogue, de alguma forma, institucional. Para nos consolarmos dessa possibilidade, dizemos, entre nós e para connosco, que é para fins didácticos.

Além de que a possibilidade de irmos presas (por engano, por boas causas...) tem os seus atractivos. De onde nos veio esta ideia maluca? Do livro Os homens que odeiam as mulheres (pp. 257-258): «A passagem por Rullaker fora tranquila, até agradável. O estabelecimento fora concebido (...) para albergar trapaceiros e condutores embriagados, não criminosos empedernidos. As rotinas diárias faziam lembrar a vida numa pousada de juventude. (...) E fora assim que Mikael Blomkvist passara dois meses a trabalhar cerca de seis horas por dia na crónica da família Vanger, tarefa que só interrompia para cumprir as obrigações que o regulamento lhe impunha ou para o recreio.» Ideias malucas que só o cansaço, obviamente, explica.

Se, por hipótese absurda, fôssemos detidas, NÃO PODERÍAMOS IR AO CINEMA. Não poderíamos, por exemplo, ver o excelente filme de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, Persépolis. Até sexta-feira, dia treze de Fevereiro, no Bragashopping, às 19h10m.

Vão vê-lo e gozem, duplamente, a liberdade que têm. A liberdade de irem ao cinema, mas também a liberdade de se vestirem como querem. A liberdade de se exprimirem, de estudarem, de desempenharem cargos públicos, de serem a favor ou contra. De lerem os livros que querem, de dançarem ou de fumarem. A liberdade de escreverem o que pensam.