O dilema de Murray é assim comentado pelo narrador:
"Era a isto que o tinha conduzido agarrar-se às suas convicções, resistir à tirania dos compromissos. Se há alguma esperança de melhoria de vida, onde há-de ela começar senão na escola? Irremediavelmente enleado nas melhores intenções, tangivelmente comprometido, para toda a vida, com um percurso construtivo que é agora uma ilusão, com formulações e soluções que já não levam a nada."
Às vezes sentimos isto mesmo, damos razão a professores como a Aurora Estela, quando acusa alguns de nós de sermos "líricos". Mas prefiro, apesar de tudo, a conclusão do narrador de Casei com um comunista:
"(...) temos de perguntar a nós próprios, a cada passo, «porque faço eu o que faço?» E temos de nos autolerar, mesmo sem saber a resposta."
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