Reparem como Carlos Drummond de Andrade inicia um dos seus poemas mais conhecidos (e mais glosados), "Poema de sete faces":
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.
E este "Homem por trás do bigode" não vos faz, ó caríssimos alunos do 10º ano, lembrar um dos anjos do José Eduardo Agualusa?!
ResponderEliminarÉ só para responder sim ou não ?
ResponderEliminarFaz sim senhora professora!
Agora qual... deixe cá ver... deve ser aquele que tinha bigode. O Terceiro Anjo.
Pronto, resposta dada.
"É o que estava sentado em cima da árvore"
ResponderEliminarBÁRBARA, 10º I