O maestro Daniel Barenboim esteve em Lisboa na semana passada, desta feita na sua qualidade de pianista e de escritor, tendo dado dois concertos e apresentado o livro Está tudo ligado - o poder da música.
Daniel Barenboim é notável, não apenas pela sua carreira como músico, mas também pela sua obra (difícil, que se depara com muitos obstáculos e incompreensões) em prol de um entendimento entre israelitas e palestinianos. Um exemplo: o facto de ter tocado Richard Wagner (compositor predilecto de Adolf Hitler) em Israel foi considerado subversivo.
Os pais de Daniel Barenboim, judeus russos, refugiaram-se na Argentina e fixaram-se, nos anos cinquenta, em Israel. A aliança improvável de Barenboim com Edward Said, académico americano de origem palestiana que morreu em 2003, esteve na base da criação de uma orquestra que integra músicos árabes e judeus, a West-Eastern Divan Orchestra, num exemplo notável de ecumenismo musical, ou de utopia cultural - como quiserem.
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