sexta-feira, 6 de março de 2009

Os desempregados também têm um coração

Nestes tempos de crise, tenho-me lembrado de alguns bons filmes britânicos que retratavam as dificuldades por que muitos ingleses passaram no consulado de Margaret Tatcher. Ontem, num intervalo do trabalho, liguei a televisão, quase sempre sintonizada num canal no qual seria viciada - se tivesse tempo -, o Arte. E estava a dar um desses filmes, de cujo título não me lembrava: "Os virtuosos".

Não o revi todo, porque tinha muito que fazer (perdoem-me, por favor, alguma imprecisão), mas, basicamente, tratava-se da história de uma banda de música formada por mineiros de uma exploração que corre o risco de ser desactivada. Tal como num outro filme que, a meu ver, devia ser obrigatório visionar em todas as escolas superiores de Economia e de Gestão (refiro-me a "Recursos Humanos", de Laurent Cantet), também aqui o conselho de administração escolhe, para fazer o "saneamento" da empresa, a filha (ou neta?) de um mineiro. Este filme tem um "embrulho" musical bem mais agradável do que o francês, embora por vezes deslize para uma certa facilidade. Não me interpretem mal: gosto francamente do filme. Há é um ou outro momento em que se apela à lágrima fácil. Sendo mais contido, "Recursos humanos" parece-me superior.


Seja como for, é interessante rever agora, neste momento histórico preciso, esses filmes. E, já agora, se alguém tiver o filme espanhol "Às segundas ao sol", emprestem-mo, por favor. Porque os desempregados também têm um coração.

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