"A investigação tem demonstrado que um balanço equilibrado entre o necessário controlo parental e a desejável autonomia do adolescente contribui para que a idade adulta seja atingida de modo mais adequado. Por outras palavras: se os pais estão atentos e vigilantes ao quotidiano do jovem e não hesitam em traçar limites quando estão em causa questões decisivas de saúde e segurança; e se, ao mesmo tempo, contribuem para a autonomia do adolescente, então o caminho parece desbravado para o futuro adulto. O controlo parental pode realizar-se de diversas formas. A psicóloga americana Diana Baumrind definiu vários estilos parentais educativos, a partir da descrição de um padrão global e estável de interacção entre as duas gerações. Esse padrão manifesta-se por um conjunto de práticas educativas quotidianas que permitem definir o estilo autoritário, o estilo permissivo, o estilo rejeitante-negligente e o estilo democrático. Neste último caso, as práticas educativas dos pais são caracterizadas por acentuada capacidade de compreensão face aos filhos, mas não há falta de exigência nem hesitação sobre a importância do cumprimento das regras. Sabe-se hoje que o estilo parental democrático, caracterizado por autoridade sem autoritarismo e envolvimento dos pais no quotidiano dos filhos, se relaciona com maior capacidade de autonomia dos mais novos, bem como com uma melhor resolução dos problemas. Há assim um equilíbrio entre controlo, por um lado, e compreensão e apoio, por outro. Os pais deste tipo são mais eficazes, pois são capazes de apoiar com continuidade, sem que abdiquem de traçar limites e definir o que acham bem ou mal."
(Daniel Sampaio, in Pública de 2 de Maio)
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