terça-feira, 25 de maio de 2010

«A escola dá o que a família não pode dar»


Não podia deixar de compartilhar com todos os que não assistiram ao Seminário sobre literacia e Bibliotecas escolares a frase de Teresa Calçada que me serviu de título.


Pensei de imediato na declaração de princípios dos elementos da equipa que está a elaborar o Projecto Educativo da ESVV.


Pensei naquilo que levou a ser professora.


Pensei nas prelecções que, de tempos a tempos, faço a alunos que - receio - não me ouvem, não me entendem, não sabem do que estou a falar (e têm raiva de quem sabe).


Exagero? Pois com certeza. Mas também não estou completamente enganada. Muitos destes jovens, agora tão prazenteiros, amargarão os momentos de lazer que propiciam a si próprios durante as aulas, fora das aulas. Para muitos, será tarde demais. E terão a vida inteira para se arrepender...


Mas não queria ser moralista. Em Portugal - e em França mais ainda - o destino de muitos é marcado pela sua origem social. Não me alongarei, por hoje, acerca deste assunto. Mas, tal como Teresa Calçada afirmou, a escola está cá para proporcionar um "suplemento vitamínico" (as palavras são minhas). De conhecimentos, por certo; mas também de cultura, de saberes, de atitudes.


É por isso que defendo acerrimamente a qualidade da escola pública. Sem uma boa escola pública, na qual a Biblioteca Escolar desempenha um papel importantíssimo, o fosso social agravar-se-á inelutavelmente. E isso, meus caros, será o pior que nos pode acontecer como país. A todos, mesmo aos que se consideram acima de tudo e de todos.

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