terça-feira, 19 de outubro de 2010

Poupar


Poupar é um tema de que muito gosto. Do meu ponto de vista – mas não vos farei um discurso – poupar pode ser visto de muitos (e interessantes) prismas. Hoje, a propósito do quadro eléctrico do Bloco C, ocorreu-me falar nele a propósito do (suposto) chavão «O barato sai caro». Ultimamente tenho pensado muito nele por causa do Programa de renovação da Escolas promovido pela Parque Escolar. Do meu ponto de vista, é uma ideia notável. Apenas tenho pena de que não tenham tido conhecimento do programa antes de o Ministério ter financiado a pintura de pavilhões, mas julgo que tal se deve à captação de verbas europeias.

Volto à renovação das escolas: independentemente da qualidade dos projectos de arquitectura (haverá uns mais conseguidos e outros menos conseguidos – o nosso, por exemplo, é muito bem pensado), a forma como algumas empresas de construção executam as obras tem vindo a tornar alguns projectos uma feira de horrores.

Em certos casos, a palavra de ordem é poupar. Ora, poupar, em si, não tem mal nenhum. O problema é quando a poupança se reflecte na qualidade de construção… Os cadernos de encargos nem sempre (e parece-me que estou a ser eufemística) são cumpridos, e as empresas ou consórcios de empresas que ganham os concursos nem sempre executam os trabalhos que ganharam, limitando-se a subempreitar as obras. O resultado é poupança… para essas mega-empresas. Os pequenos empreiteiros que efectivamente fazem os trabalhos às vezes mal ganham para o trabalho.
E depois vêm os problemas: chove aqui ou ali, as manchas de humidade alastram, as queixas são mais que muitas. A Parque Escolar, os arquitectos, os engenheiros, são culpabilizados por problemas pelos quais, em muitos casos, não serão responsáveis. A comunidade escolar passou um ano ou dois de martírio. O dinheiro foi gasto. Ora, se as empresas concorreram, sabendo os prazos e conhecendo os cadernos de encargos - como se justificam tantos problemas?
(14/10/2010, 11h36m)

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