sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Árvores (verdadeiramente) radicais

Este Verão, numa cidade francesa, deparei com um cenário que me encantou: uma equipa de funcionários do município. Não eram lenhadores armados de motosserra, mas pessoal bem equipado, que cuidava das árvores em vez de as destruir. Eu trouxe fotografias para vocês verem, mas deixem que vos diga o que elas não documentam.

Em conversa com os trabalhadores, disseram-me que outrora - in illo tempore - em França também se serravam árvores à maluca. Mas que há muito tempo tinham mudado de atitude, e que agora se tratava de respeitá-las, cortando apenas os ramos que necessitavam de intervenção, deixando-as crescer naturalmente. Mostraram-me a máquina que "processa" os restos e levaram-me aos canteiros do jardim onde o remanescente das podas é colocado, servindo simultaneamente para adubar, manter a humidade e evitar que as ervas daninhas cresçam.

O mais engraçado é que, quando me perguntaram de onde vinha, ficaram muito espantados por na minha zona não se seguir prática idêntica, uma vez que se reúnem anualmente com outros trepadores de árvores e as equipas portuguesas são tão boas que, frequentemente, ganham o torneio internacional.

Assim, deixo no ar a pergunta: para além das vantagens ecológicas e estéticas, o que preferiam ser: um lenhador que trabalha no meio de um barulho ensurdecedor ou um alpinista urbano?!

Sem comentários:

Enviar um comentário