terça-feira, 26 de outubro de 2010

“Portugal, um retrato social” (II)


Ouvi na TSF, há uns seis anos, um dirigente académico que recusava liminarmente os empréstimos concedidos a estudantes porque estes comprometeriam a aquisição de casa e carro, imprescindíveis – como era óbvio... – para quem terminasse um curso superior. Aí, fui eu que fiquei escandalizada. Significaria isso que achava preferível NÃO tirar um curso superior em nome da casa e do carro? Não creio. Julgo que era estup… ingenuidade pura e simples. Provavelmente, por razões familiares, o pagamento das propinas parecia-lhe evidente e não era capaz de se “pôr nos sapatos” de quem não pudesse pagá-las. Mas arrepiei-me toda ao ouvir aquilo.
Neste momento de crise, espero que as pessoas, sobretudo os jovens, sejam capazes de esquecer o modelo falsamente próspero em que viveram e se preparem para um retrocesso sem dúvida difícil - e do qual certamente não têm culpa. Seria bom visionarem os documentários que dão título a este texto, onde se vê o Portugal de não há muitos anos. E que absorvessem as lições da história: infelizmente, o progresso não é sempre ascendente, e sempre houve momentos de recessão (política, económica, cultural…)

1 comentário:

  1. acabei de descobrir o teu blog e gosto do que leio.
    Porém, embora tenhas muita razão nos teus devaneios, a minha visão do futuro não é trágica. Talvez devido ao facto de para mim o desmoneramento do capitalismo não representar nenhuma catástrofe.
    Tudo no universo, ne vida, encontra-se em permanente mudança e evolução e nós não somos excepção.
    Claro que. como todos os outros, tenho medo da incerteza, mas sempre a prefiro a uma constante deprimente.
    Eu acredito firmemente que, assim como assim, vá correr tudo bem :)

    Alien

    PS: já agora, o meu pai é de Vila Verde e nos anos 60 viu-se obrigado a emigrar. Julgo entender ao que te referes.

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