Infringirei as regras que enunciei no texto anterior, falando da crise. Li esta semana que cento e trinta e tal mil portugueses (hoje estou muito precisa, não estou?) não conseguem pagar os empréstimos bancários que contraíram. E de quem é culpa? Primeiro, há quem não tenha culpa: pessoas que, de um momento para o outro, se viram desempregadas; que se separaram ou divorciaram; a quem não pagam pensões de alimentos; que adoeceram ou enviuvaram. Segundo, há pessoas que ficaram deslumbradas e quiseram ter tudo, mesmo o que não podiam. Que não deitaram contas à vida, que não leram as letras pequenas dos contratos. Terceiro, e não os menos culpados, aqueles a quem me apetece (embora seja falta de educação) apontar o dedo: os bancos, que quiseram – e continuam a querer – emprestar dinheiro a juros (lembram-se do Onzeneiro do Gil Vicente?). Piores ainda, aqueles anúncios de créditos por telefone.
Cento e tal mil portugueses. Quase tantos como os professores portugueses. Uma barbaridade.
Cento e tal mil portugueses. Quase tantos como os professores portugueses. Uma barbaridade.
Mas afinal, de quem é a culpa? O mais culpado de todos é... o pato.
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