A minha necessidade de evasão não devia fazer-me esquecer que as bicicletas são, não raras vezes, sinónimo de fracos recursos - e, até, de trabalho e esforço desmedidos.
De repente, lembrei-me de um dos mais importantes filmes do neo-realismo italiano, "Ladrões de bicicletas", onde a sobrevivência do protagonista e da sua família é posta em causa pela perda da bicicleta.
No filme de animação "Belleville rendez-vous" (desenho fantástico, humor a rodos, música extraordinária), um luso-francês campeão de ciclismo é raptado em pleno "Tour de France". Trata-se de uma personagem notável, capaz de ultrapassar todas as suas dificuldades e limitações em função de um objectivo. É o melancólico neto de Mme Souza, a porteira portuguesa de que em tempos vos falei.
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