segunda-feira, 27 de abril de 2009

"O que é nacional é bom"


Por regra, sou contra boicotes. Porém, aderi com entusiasmo a uma pretérita (e simbólica) campanha contra os produtos "made in Indonésia" e, quando vou a um supermercado, lembro-me de um "slogan" bastante antigo, mas fantástico: "O que é Nacional é bom". Tratava-se, simultaneamente, de uma piscadela de olho ao nome da marca e de um incitamento à opção por produtos nacionais. Recentemente, um grupo de jovens relançou e modernizou essa campanha, com algum sucesso.
Claro que eu sei que, se os europeus deixassem de importar certos produtos, a economia de alguns países subdesenvolvidos sofreria danos graves, com consequências nefastas para a sobrevivência de muitas famílias. Por isso é que, sempre que deparo com uma loja de comércio justo (e há uma em Braga), aproveito para fazer compras. Ser contra boicotes não me impede de ser a favor de causas. E quando, ainda por cima, elas são aromáticas, elegantes e de bom gosto, então, sou totalmente a favor.
Há tempos comprei um livrinho delicioso da colecção "Braga Cidade Bimilenar", dirigida por Eduardo Jorge Madureira e editada pela Fundação Bracara Augusta. Uma colecção muito recomendável, aliás. Este volume, uma "recolha de rótulos" da Saboaria e Perfumaria Confiança, intitula-se Os Dias da Confiança. Um título que tem muito que se lhe diga, não acham?

Fiquei encantada com o engenho gráfico e apenas um pouco decepcionada por não ter mais texto...
Já tinha lido umas reportagens relatando o sucesso que a linha de banho da Ach Brito estava a fazer em lojas de luxo, nomeadamente nos Estados Unidos, quando, um destes dias, encontrei, num grande centro comercial bracarense (um desses com salas de cinemas e uma grande multinacional que vende, entre outros produtos, livros) - mas cujo nome me recuso, por razões óbvias, a desvendar - os sabonetes da Fábrica Confiança à venda.
Embora continue a comprar, para uso doméstico, os proverbiais sabonetes de marcas nacionais em supermercados (são bons e baratos), abasteci-me logo de uma grande quantidade destes novos/velhos produtos Confiança. Agora, quando quero dar um presentinho simbólico, ou vou jantar a casa de alguém, ou me apetece fazer um agrado, ofereço um. Sinto que estou a "relançar a economia" nacional, mais concretamente bracarense; a premiar um golpe de génio do "marketing" comercial; a oferecer um produto com um discreto chique "vintage". E, "the last but not the least", a dar algo útil.

1 comentário:

  1. Uns dias depois de termos escrito este texto, descobrimos uma loja de rua, uma daquelas do centro de Braga, da zona pedestre, mesmo à frente da Sª do Leite (mas cujo nome, obviamente, não revelaremos) que também vende "reedições" dos sabonetes Confiança.

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