terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Andar fardado ou não andar fardado


Gosto muito de fardas. Não se riam, que não estou a dizer aquilo que estão a pensar... que marotos! É verdade que muita gente gosta de fardas por ESSES motivos, mas eu cá gosto de fardas porque dão um ar profissional e poupam muito a roupa. Com efeito, no início da minha carreira comprei uma bata branca e durante um ano andei sempre com ela. Pois não imaginam a sujidade que levava para casa todas as sextas-feiras. Agora levo-a na mesma... mas entranhada nas roupas.

Escusado será dizer que os meus alunos detestavam que eu usasse bata. Imagino que fosse porque perdiam uma das distrações favoritas das aulas: ver como o(a) professor(a) anda vestido. Lembro-me que, quando era estudante, colegas minhas sabiam a frequência com que determinado professor mudava de camisa ou de meias - o que era, e é, assustador. Assim, usar bata implica eliminar mais um factor de insucesso escolar, a desconcentração.

Por outro lado, e mesmo se as pessoas hoje não prestam muita atenção a esse factor, uma farda poupa muito a roupa. Eu, por exemplo, uso certas roupas até ao fio, e penso que se avizinham tempos em que as pessoas em geral comprarão roupa com menos frequência, constituindo o uso de bata uma boa ajuda para gastar menos dinheiro em vestuário.

Além disso - esta achega vem-me da minha mãe, que se referia a isso como algo de positivo do colégio interno onde esteve - o uniforme elimina distinções sociais. Usando a mesma indumentária, somos mais nós mesmos.

Por último, do ponto de vista estético, as fardas (estou a lembrar-me concretamente das fardas maoístas) são bonitas. Nos meus tempos gloriosos de interail, mandei fazer uns balandraus "à Mao" que, se não tivessem morrido de usura, ainda hoje usaria. Mas não vos vou massacrar hoje com a minha versão da "Rádio nostalgia".

2 comentários:

  1. Eu não sou apologista de uniformes, mas nunca tinha visto o tema por este prisma.

    Obrigado, acabou de me alargar o meu horizonte.

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  2. De nada, caro(a) Alien. Mas fique sabendo que ontem, depois de ver o filme "O rapaz do pijama às riscas", tomei consciência de que os uniformes em que as pessoas pensam em primeiro lugar são os militares. Até me arrepiei.

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