Pois eu esta semana não tenho escrito. Escrever é apenas uma das coisas que faço na Biblioteca. Durante a semana tinha cento e trinta minutos para estar na Biblioteca - onde faço outras coisas para além de escrever nos dois blogues, este e o "Duas culturas": sou mediadora de leitura, classifico materiais, participo em projectos, dou uns palpites noutros. Mas há uns tempos fui, para minha grande contrariedade, nomeada buf... delato... relatora. Por isso, para além da serenidade, perdi quarenta e cinco minutos que de nada me servem, pois - como era evidente - as horas não chegam, as horas não coincidem, etc. etc.
Assim, disponho de dois tempos de quarenta e cinco minutos (com deslocações) por semana para trabalhar na Biblioteca. Como noventa minutos na Biblioteca é um exagero e não serve para nada, esta semana fiz uma (de duas) vigilâncias nessa hora. E tenho de fazer o trabalho relacionado com a avaliação de desempenho em casa, tenho de reunir em horas em que eu e os outros não estamos a trabalhar, enfim, um desconcerto.
Assim, disponho de dois tempos de quarenta e cinco minutos (com deslocações) por semana para trabalhar na Biblioteca. Como noventa minutos na Biblioteca é um exagero e não serve para nada, esta semana fiz uma (de duas) vigilâncias nessa hora. E tenho de fazer o trabalho relacionado com a avaliação de desempenho em casa, tenho de reunir em horas em que eu e os outros não estamos a trabalhar, enfim, um desconcerto.
O meu problema - o meu único problema - é que, durante muitos anos, fui professora de outra maneira. De uma maneira em que as horas não eram contabilizadas: fazia-se o serviço que havia para fazer. Aderíamos a, planeávamos e realizávamos actividades que não contabilizávamos: fazíamo-las e a satisfação era a única evidência.
O nosso problema é que, de repente, fomos confrontados com cada vez mais trabalho e um papel onde se contavam as horas de trabalho em casa: nove. Nove?! As nove horas caíram-me em cima como (essa sim) uma evidência. Mas nós trabalhamos o dobro, o triplo e às vezes o quádruplo disso...
Tão angustiada como eu, pressionada pelo marido que mal a vê, a Elisa deu-me um horário para anotar as horas que "fazia" em casa. Imprimi várias folhas que não usei: à primeira já estava deprimida. Sem fazer testes, só com preparações de aulas, correcções de (pequenos) trabalhos dos alunos e escrita nos quatro blogues escolares, tinha consumido dezasseis horas em casa. E ainda não tinha sido nomeada relatora... O nosso problema (falo de mim e de várias pessoas de quem, mais do que colega, sou amiga) é que ainda não nos "reformatamos".
O nosso problema é que ainda não sabemos ser professores assim. Mas temos, temos mesmo de aprender.
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