Mas voltando ao texto de António Guerreiro:
Por que motivo interessa que professores e jornalistas ganhem cada vez menos e tenham cada vez menos tempo para ler, informar-se, actualizar-se?
Pessoalmente, gosto de pensar nos professores que leccionam no ensino não superior como intelectuais de segunda linha, no sentido em que adquiriram competências e saberes que põem ao serviço dos seus alunos. Não apenas no sentido de transmissão, mas também no sentido do estímulo do desenvolvimento dessas competências nos seus discentes (ai que estou quase, quase a cair no "eduquês". Ai, ai, ai), e, sobretudo, no sentido e ajudá-los a desenvolver ESPÍRITO CRÍTICO.
Algo semelhante se passa com os jornalistas, que se movem em mais altas esferas, têm acesso a outras fontes e que, por conseguinte, se encontram numa linha mais avançada. Têm mais visibilidade e atingem muito mais gente. A curto prazo, são mais perigosos para os poderes instalados.
Não admira, pois, que quem pode tente diminuir o poder simbólico e real destas duas classes profissionais. É muito mais fácil manejar, manipular, manobrar e dissimular numa sociedade embotada por um regime exclusivo de futebol e televisão.
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