terça-feira, 24 de novembro de 2009

Teoria da conspiração

Na semana passada fui ao café e, como de costume, abri os jornais. Fiquei espantada pelo facto de o restaurante do mosteiro recém-recuperado se chamar "Eau vive de Tibães". Eau vive, não sei porquê, faz-me lembrar nome de perfume. E por que não um nome português, no portuguesíssimo mosteiro de Tibães?


Depois, peguei numa revista luxuosa, profusamente ilustrada, intitulada Cidade 24. Rapidamente confirmei que o francês está na moda: um dos artigos referia-se a um "savoir vivre". E de que falava a dita publicação? Na verdade, de nada. Publicitava estabelecimentos comerciais, exibia vários "notáveis", promovia marcas de carros de luxo. "E andam a devastar florestas para imprimir coisas destas", pensei eu, tomando nota mental da "eau vive" e do "savoir vivre".


O pior foi no dia seguinte, quando descobri que andam - outra vez - a dizimar as árvores da minha rua. Uma rua tão bonita, que sofre ataques anuais de jardineiros que enlouquecem à hora do almoço e rapam, literalmente rapam as árvores até ao sabugo, carregam as ramagens em camiões e as levam para destino incerto. Está frio, as lareiras e salamandras precisam de alimento...




Não sei que ligação têm estas duas coisas. Talvez seja a falta das ramagens outonais que me leva a pensar que está tudo ligado, que não é por acaso que há revistas grátis a falar de festas e de lojas e de carros aonde nunca iremos e onde nunca andaremos enquanto as nossas (nossas, de todos) árvores são dizimadas. Devaneios.

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