A mulher que gostava do Natal pensava
longamente nos presentes que ia comprar. Comprava postais, escrevia num
rascunho um pequeno texto que ia modificando à medida das pessoas a quem o
dirigia. Colava-lhes selos e ia pôr a pilha de sobrescritos num marco de
correio. Nem sempre lhe respondiam. Aliás: geralmente telefonavam-lhe. Desistiu
no ano em que alguém lhe enviou uma sms
que começava assim: “Ho ho ho...”.
Pensou: “Para o ano vou fazer uma lista das pessoas a quem não vou mandar postais de Natal.” Chegou então à conclusão de que só tinha de comprar um postal de Natal. Ia mandar um lindo postal à Luísa, ao Zé João, à Mariana, à Luisinha e ao Afonso. E ia escrever à Elisa.
Pensou: “Para o ano vou fazer uma lista das pessoas a quem não vou mandar postais de Natal.” Chegou então à conclusão de que só tinha de comprar um postal de Natal. Ia mandar um lindo postal à Luísa, ao Zé João, à Mariana, à Luisinha e ao Afonso. E ia escrever à Elisa.
A mulher que gostava do Natal passou a
tarde do dia 24 na cama, ouvindo as pessoas que iam para as compras e que
vinham das compras passar na rua. Tentava ganhar coragem para se arranjar.
Quando, finalmente, se levantou, não vestiu, como sempre, a camisola
vermelha.
Sem comentários:
Enviar um comentário