sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Dizer m**** num blogue escolar I



Os franceses resolveram muito bem esta questão: socorrendo-se de uma história cuja veracidade está por atestar, inventaram o eufemismo "mot de Cambronne", isto é, a palavra que o general Pierre Cambronne terá dito ao seu homólogo britânico quando este o mandou render-se. Eu própria, que nunca digo palavrões, permito-me dizer "merda" quando quero desejar sorte a alguém que vai fazer uma apresentação oral.´"É gíria teatral", digo eu à laia de desculpa.
 
Apesar dos meus pruridos, ontem deliciei-me com a peça com que a TVI ilustrou, no telejornal, o carácter e a vitalidade de Oscar Niemeyer. O meu querido centro de recursos enviou-me hoje de manhã a transcrição. É assim:
 
«A minha arquitetura não é uma solução pra arquitetura, é a minha arquitetura. Assim como na pintura a gente tá de acordo de que não existe a pintura antiga e moderna, existe a boa e a má pintura. Na arquitetura é a mesma coisa. O ideal é cada um procurar o seu caminho e fazer o que gosta. Eu confesso a você que eu tô um pouco cansado de falar de arquitetura. Porque as coisas se repetem, a conversa é a mesma, as perguntas são as mesmas. Mais importante do que a arquitetura é estar pronto pra protestar e ir na rua, isso que é importante, é o sujeito se sentir bem, sentir que não é um merda, que ele tá ali pra ser útil...»

 
 
Quando for (mais) velha, quero ser assim: coerente e desbocada. Uma sábia.


Já agora: o endereço da Fundação Oscar Niemeyer.

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