É muito frequente sonhar com a escola (com o trabalho).
Há vários dias que não-professores me dizem «Já estás quase de férias...» com ar de quem diz «Anima-te.» Não, não estou quase de férias. Ser professor é um trabalho pessoal e intransmissível. Quem não o é tende a mitificar tudo: férias, trabalho, ordenado.
Os mais sensíveis, os mais sinceros, admitem «Era incapaz de ser professor(a)»; «Eu só tenho três e já não posso mais, imagino o que seja lidar com tantos a mesmo tempo.»; «Podias vir connosco para * ****. És uma tesa!», assim como eu admito que podia ser tudo, menos médica, enfermeira ou auxiliar de acção médica.
Interrogo-me sempre por que motivo algumas pessoas parecem odiar professores. O Miguel Sousa Tavares, por exemplo (bem, ele de momento odeia estivadores. Eu não. É trabalho que eu também não gostaria de fazer). O que os faz odiar professores? Más experiências, por certo. Mas todas? Um professor, ou mais, que sugeriu correcções a textos que julgava perfeitos (lembro-me deste exemplo porque faz parte do meu dia-a-dia)? Uma nota inferior à de outro, inferior à que julgava ter direito? Todos temos prática neste género de coisas; só que uns aceitam isto como fazendo parte da lei da vida, e outros não.
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