terça-feira, 14 de junho de 2011

As cábulas, os cábulas

Não tenho (quase) nada contra cábulas. Na verdade, tenho uma bela colecção de cábulas (apenas duas confiscadas por mim), que tenciono expor quando me reformar. São extremamente engenhosas: o autor de uma delas recorre a um princípio da Física (o sistema de roldanas); há reutilização de materiais e criatividade a rodos. Com efeito, fazer uma cábula envolve duas competências: criatividade no meio e selecção e sistematização dos conteúdos, o que lhes confere um certo valor pedagógico.
Nada disso sucedia com as cábulas que vi "fazer" hoje na reprografia: três alunos de nono ano pediam à funcionária que reduzisse um texto do manual. Intervim, no meu muito activo papel de "chata de serviço", pedindo à funcionária que não tirasse aquelas fotocópias que um dos alunos apelidou "auxiliar de memória". Não tenho dúvidas de que a minha intervenção não adiantou nada; quando muito, contribuirá para baixar (ainda mais) o meu índice de popularidade. Acho graça a cábulas, mas não sou fixe.

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