Não tenho (quase) nada contra cábulas. Na verdade, tenho uma bela colecção de cábulas (apenas duas confiscadas por mim), que tenciono expor quando me reformar. São extremamente engenhosas: o autor de uma delas recorre a um princípio da Física (o sistema de roldanas); há reutilização de materiais e criatividade a rodos. Com efeito, fazer uma cábula envolve duas competências: criatividade no meio e selecção e sistematização dos conteúdos, o que lhes confere um certo valor pedagógico.
Nada disso sucedia com as cábulas que vi "fazer" hoje na reprografia: três alunos de nono ano pediam à funcionária que reduzisse um texto do manual. Intervim, no meu muito activo papel de "chata de serviço", pedindo à funcionária que não tirasse aquelas fotocópias que um dos alunos apelidou "auxiliar de memória". Não tenho dúvidas de que a minha intervenção não adiantou nada; quando muito, contribuirá para baixar (ainda mais) o meu índice de popularidade. Acho graça a cábulas, mas não sou fixe.
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