sexta-feira, 1 de abril de 2011

Profecias auto-realizáveis

Nas minha aulas de Francês, deparo frequentemente com este fenómeno. A C., por exemplo, entrou na minha primeira aula a dizer que não gostava de Francês. O C., o F. e o D. fazem questão de não estar atentos nas aulas. Depois, se tirarem negativas, está tudo explicado: não tiram positiva porque não querem.
Sem querer cair na psicologia de meia-tigela, a mim parece-me isto tudo um disparate. Pois se estão na escola e podem aprender alguma coisa (seja ela qual for: matemática, cerâmica, geografia, ciências, química) por que motivo não aprendem? Se já agora parecem lidar mal com o fracasso (porque, digam o que disserem, esta é uma forma camuflada de dizerem que não são capazes), o que não sucederá mais tarde, quando confrontados com a sua ignorância (em tempos de escolaridade obrigatória)?

1 comentário:

  1. Eis a definição, que encontrei na Wikipédia (parte dos nossos livros estão encaixotados e não encontrei este verbete no Dicionário de psicanálise):


    «Uma profecia auto-realizável é um prognóstico que, ao se tornar uma crença, provoca a sua própria concretização. Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a profecia ou previsão já fosse real e assim a previsão acaba por se realizar efetivamente. Ou seja, ao ser assumida como verdadeira - embora seja falsa - uma previsão pode influenciar o comportamento das pessoas, seja por medo ou por confusão lógica, de modo que a reação delas acaba por tornar a profecia real.

    A expressão foi cunhada pelo sociólogo Robert K. Merton, que elaborou o conceito no seu livro Social Theory and Social Structure, publicado em 1949 [1]. Merton estudou a corrida aos bancos, verificando que, quando se difunde o boato de que um banco está em dificuldades, os correntistas apressam-se em retirar os valores ali depositados e liquidar outros negócios, de modo que o banco acaba mesmo falindo. [2].» (http://pt.wikipedia.org/wiki/Profecia_auto-realiz%C3%A1vel)

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