Hoje, como sempre na última semana de aulas, a Biblioteca está um inferno: entram alunos às revoadas para requisitar filmes, "fazer" trabalhos, imprimi-los. Tudo muito depressa, muito depressa, que é para entregar ao (à) professor(a). Muito depressa, muito depressa, muito na última, muito na última.
A (sra.) D. Lúcia é "Ó dona" ou nem isso. Os pedidos são ordens: «Dê-me (ou "deia-me") a fita-cola».; «Quero imprimir, venha cá». As vozes são altas e alteradas. Ouvimos histórias que preferíamos não saber. Réplicas ásperas, grosseiras, boçais. Palavrões proferidos com ligeireza.
Tento alhear-me. É o mundo em que vivem e, aparentemente, não conseguimos explicar-lhes que podem fazer o que quiserem com a vida privada, mas que a escola, como mais tarde o trabalho e parte da vida social, tem outras regras. Tenho pena dos jovens - não todos, felizmente - a quem a escola e a família não conseguem, em conjunto, incutir códigos e comportamentos conforme o local em que se encontram e conforme os interlocutores.
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