Adoro a semana da leitura. Uma segunda-feira por ano, chegamos à escola e os livros de ponto, a que a Ana Margarida anexou um livro e um marcador, "engordaram". Talvez por gostar tanto de livros, vou para as aulas muito bem disposta. Abro o livro, certifico-me do ponto em que ficaram na aula anterior, e começo a ler (eu sei que a maioria dos professores pede, e muito bem, aos alunos que leiam. Mas prefiro fazê-lo eu própria, até porque às vezes, jovens como são, deparam com palavras que não conhecem, pronunciam-nas mal, e perde-se o fio condutor. Manias.). Então, durante um quarto de hora, leio. Durante um quarto de hora, tudo se suspende, seguindo as aventuras de Zorbas e de Ditosa,
a tragédia de Mattia e Alice
as façanhas de um cão que faz parte da família
e as aventuras de Ulisses
Até hoje, nunca tive uma má experiência, nunca fiquei com a sensação de perder tempo. Pelo contrário: as aulas fluem melhor, os alunos ficam mais tranquilos - de tal forma que às vezes me pergunto se não terei uma voz soporífera -, trabalham mais, aderem bem a tudo o que lhes proponho. Ficam suspensos, pedem mais. Eu própria me pergunto se não devia fazer isso numa base regular. Mas os programas, os programas...
Foi nestas aulas que li pela primeira vez Cão como nós. Chorámos de riso com a Montanha da água lilás, que também não conhecia (é muito fácil adaptar, de improviso, alguns passos deste livro às circunstâncias da turma a quem estamos a lê-lo).
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