sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Mel", de Ian McEwan

Agora, sim, acabei de ler Mel. Lembram-se que queria um livro que não me obrigasse a pensar muito? Não tive lá muita pontaria, pois trata-se de uma obra intrincada, cheia de encaixes narrativos, apontando para géneros literários distintos, com reviravoltas inesperadas, estratégias deceptivas e um surpreendente, e engenhoso, final (simultaneamente aberto e feliz). Eu explico-me: temos uma bela protagonista, que faz a sua aprendizagem sentimental e vivencial e acaba por ingressar no MI5 (serviços de informação ingleses) como secretária/arquivista. Embora seja formada em Matemática por Cambridge, Serena passa os seus tempos livres a ler romances. Por isso, e no cenário da guerra fria, os seus superiores incumbem-lhe a tarefa de financiar um romancista emergente, cuja produção literária deverá influenciar. Se bem percebi (eu estava debilitada, lembram-se?), o MI5 considerava os intelectuais perigosos comunistas, capazes de influenciar os seus leitores. Assim, a admiração juvenil de Serena pela obra de Alexander Soljenitsin tornava-a muito recomendável para desempenhar esta tarefa. Porém, a jovem é, antes de tudo, uma leitora omnívora que, ao preparar-se para abordar Tom Haley, fica tão fascinada que nos conta, em encaixes sucessivos, os contos do escritor...
 
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