Achava eu que já tinha escrito neste blogue acerca de um dos romances gráficos que mais apreciei: Persepolis. Afinal, vim a descobrir que só falei nele de raspão.
Tinha até muitas razões para o referir: há quatro anos preparei uma aula de 9º ano de Francês com um cheirinho da obra e da sua autora, Marjane Satrapi. E, no ano passado, a Céu organizou, aqui na escola, um visionamento do filme correspondente.
Não escrever acerca desta obra é uma lacuna grave: regra geral, considera-se que Maus, de Art Spiegelman (que temos cá na Biblioteca) constitui a obra pioneira deste género emergente. Persepolis sucede-se-lhe. Se aprecio mais o traço de Spiegelman, considero que Satrapi tem muita qualidade gráfica - de tal forma que encontro na manta de retalhos feita por Raina, em Blankets, de Craig Thompson, a proliferação de arabescos árabes. Além disso, têm em comum o facto de desenharem narrativas autobiográficas autoficcionais extremamente pungentes. Nesse sentido, este tipo de banda desenhada nada tem a ver com as que líamos em novinhos: Astérix, Tintin, Gaston Lagaffe, Spirou e Fantásio; nem sequer com os livros da Marvel, que li, não por amor, mas por desfastio.
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