segunda-feira, 8 de outubro de 2012

L'écume des jours, A espuma dos dias



Uma das cenas inesquecíveis do livro A espuma dos dias ocorre quando Colin, tentanto salvar a sua amada Chloé, arranja um trabalho.
Uma forma rápida de ganhar dinheiro (para quem não quer plantar eucaliptos para além dos limites do razoável, ou para quem não quer optar pela venda de droga) consiste em empregar-se na indústria de armamento. Para fazer armas é preciso calor humano, pelo que Colin se deita, despido, sobre doze buracos perfurados no solo, repartidos entre o fígado e o coração. Assim, nesta obra(-prima) de Boris Vian, a indústria do armamento não aniquila apenas aqueles que são atingidos pelos seus projécteis, consome, também, aqueles que os produzem.

Colin, com a sua total inépcia para o trabalho, produz armas defeituosas, não conseguindo assim ganhar o dinheiro de que precisava. Quando um operário lhe mostra a sua produção, verifica-se que, em vez de armas, o corpo de Colin fabricara uma bela rosa branca.

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