domingo, 5 de dezembro de 2010

Perspectivar

Não há como uma causa maior para nos ajudar a perspectivar as embirrações menores. Ando eu para aqui a embirrar com cartões vestidos de "lingerie" e com passeios perigosos e eis que deparo com um atentado à liberdade de opinião e ao espírito crítico.




Não sei se já o disse, mas ao Domingo, invariavelmente, ligo o despertador para as dez para ouvir o programa "Um certo olhar", emitido na Antena 2. O entrevistador é Luís Caetano e os participantes são Maria João Seixas, Luísa Schmidt e Miguel Real. Esta é a última formação, pois, à excepção de Luís Caetano e Maria João Seixas, os restantes intervenientes foram mudando. Gostei particularmente da fase em que entrava Vicente Jorge Silva, independentemente de concordar ou não com as suas opiniões. A sua verrina e as disputas memoráveis com Maria João Seixas deixaram-me saudades.

De Luís Caetano apenas posso dizer que é irrepreensível. Quanto a Maria João Seixas, nem sei por onde começar. Nem sempre concordo com a senhora (também, era o que mais faltava...). Uma vez, inclusivamente, discordei tanto de uma posição que tomou acerca dos professores que escrevi um "mail" a dizê-lo. Liberdade de opinião é isto. O pior é quando não há nada do que discordar, como acontecerá se o programa for eliminado da grelha da Antena 2.

Poder-lhes-ia dizer que Maria João Seixas me ajudou a formar, enquanto ser pensante e questionante, enquanto telespectadora e cidadã, enquanto (proto) cinéfila e leitora. Não perdia um único dos programas que fazia na televisão e uma vez, com algum sacrifício (material e pessoal) desloquei-me a Serralves para frequentar uma Comunidade de leitores que dirigiu. De alguma forma, à distância, considero-a uma mentora.
Durante anos, li os artigos que Luísa Schmidt foi publicando, com maior ou menor regularidade, no Expresso, bem como uma interessante série de documentários que fez para a RTP. Embora, por formação familiar, fosse uma temática importante para mim, o que com ela aprendi foi consolidando o que já sabia e pensava.

Não quero crer que seja a liberdade de opinião que estas pessoas (e as que as antecederam) demonstram frente aos microfones que ditou o fim do programa. Mas que a Antena 2 perderá ouvintes e que o país ficará mais pobre de muitos pontos de vista, nisso creio firmemente. E continuarão os mesmos fazedores (e manipuladores) de opinião do costume a escrever e a discursar de cada vez mais tribunas, até à opinião única final. A solução final.

1 comentário:

  1. awwwn *---*

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