Ontem à noite comecei a ler O teu rosto será o último, de João Ricardo Pedro. Fiquei mediatamente cativada pela leitura, mas um tanto apreensiva, pois há algo de inquietante no título e há algo de inquietante na trama (até ao ponto onde li). Não sei se será livro para eu ler à noite, sobretudo tendo de me levantar às 7h.
De manhã, quando liguei o computador, tinha mais uma (boa) informação acerca do livro: Maria do Rosário Pedreira, no seu blogue (http://horasextraordinarias.blogs.sapo.pt/), dava conta das dúvidas que uma pequena figura de um quadro de Brueghel tinha suscitado em alguns leitores. Fiquei ainda mais entusiasmada: lembrei-me de um dos meus livros preferidos, O Cavaleiro Polaco de Antonio Muñoz Molina, onde uma parte da trama gira à volta do quadro homónimo de Rembrandt (isto já para não falar da importância de uma fracção minúscula de Vista de Delft, de Vermeer, em À la recherche du temps perdu, de Proust). Este livro augura algo de bom...
Uma das coisas irritantes à volta da aura do livro - e da figura - de João Ricardo Pedro, e que este se apressa, branda mas firmemente, a repelir, é a historinha irritante do desempregado que agarrou a "oportunidade" para fazer algo melhor. Por favor, esqueçam essa frase batida, que nem o livro, nem o autor, nem os desempregados deste país merecem o paternalismo.
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