segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Elvira Fortunato versus Carlos Fiolhais

A gratidão é bonita, e nós gostamos.
Na sexta-feira passada, de regresso a Braga, ouvimos uma breve entrevista radiofónica concedida à Antena 2 por Carlos Fiolhais. Apesar do interesse da entrevista no seu todo, gostaríamos de destacar a parte em que o cientista se referia à classe docente. Carlos Folhais é um aluno grato e reconhecido aos professores que teve. Lembrou-nos, por contraste, a atitude da cientista Elvira Fortunato. Esta portuguesa brilhante é um típico produto da escola pública portuguesa do pós 25 de abril. Aparentemente oriunda de um meio modesto (jornalista dixit), a professora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Lisboa lidera uma equipa que produziu os primeiros transistores em papel, o que lhe valeu a atribuição de um prémio pelo European Research Council. Um exemplo que nos encheria incondicionalmente de orgulho, não fosse o facto de a investigadora, em entrevista ao Expresso, ter afirmado, a propósito da escolarização da única filha, a sua desconfiança pela escola pública. A própria carreira de Elvira Fortunato parece desmentir as suas afirmações. Numa sexta-feira fria e chuvosa, cheias de fome e cansadas, o pensamento, porventura injusto, que nos ocorreu, foi: "Não sirvas a quem serviu nem peças a quem pediu". E ainda "Este Carlos Fiolhais é um sinhor." Assim mesmo, à moda do Norte.
(E escusam de nos perguntar o que significa dixit. Quer apenas dizer que foi o/a jornalista que disse, e não nós. Mas em latim é mais engraçado)

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