quarta-feira, 3 de junho de 2009

Teatro

Este ano fui várias vezes ao teatro, não por minha iniciativa, mas por iniciativa de colegas cá da escola.
Os hábitos culturais, as escolhas para os tempos livres são importantes - sobretudo no que diz respeito aos jovens. Com efeito, se se acostumarem a ser "batatas de sofá", isto é, a consumir o vosso tempo livre a olhar para o écrã, não apenas perderão o vosso tempo, como deixarão pouco a pouco de praticar actividades físicas. Além de correr o sério risco de se tornarem "aberrações", como os jovens japoneses de que tenho lido relatos, os quais não saem de casa há vários anos. Não saem de casa há vários anos - repito. Ou seja, perdem várias dimensões importantes na vida de um ser humano, nomeadamente a convivial.
Do ponto de vista cultural, a inércia deve ser combatida. Desde que o trabalho não seja comprometido (este ano, por exemplo, não pude ir ao "Serralves em festa", de que tanto vos falei. Porém, "valores mais altos se alevantaram", mais concretamente, as minhas convicções no Sábado e os testes no Domingo...).
Acontece que, quando vim para Braga, gostava de ir ao teatro. Por razões que não vale a pena esmiuçar, deixei de o frequentar. Mas - em boa hora! - convidaram-me para ir ver o "Concerto «à la carte»" de Franz Xaver Kroetz no Theatro Circo; "Tambores na noite" de Bertold Brecht; e "Deus. Pátria. Revolução", de Luísa Costa Gomes.
Três peças diametralmente diferentes: na primeira não foi proferida, ao longo de quase duas horas, uma única palavra. Extraordinária Ana Burstoff, magnífica dramaturgia!
Na segunda, a palavra predomina. Lamento não vos dizer mais acerca dela. Tenho pouco tempo, pouco espaço, já passaram meses. Recordo apenas um dos muitos momentos memoráveis, o dos vira-casacas.
A terceira era teatro musical (de que gosto muito) com a dose certa de nostalgia e ironia. Gostei muito (nas outras também) do cenário, em particular da versátil máquina dramatúrgica.
O teatro tem esta dimensão física, de proximidade, que nem o cinema, nem a música gravada, nem os computadores, nem a televisão nos podem dar. Uma respiração, um estar-com-gente, um partilhar.

Por isso, aqui deixo um apelo "a quem de direito": tragam a Braga as "Variações enigmáticas" de Eric-Emmanuel Schmitt, encenado pela Comuna. Por favor...?

2 comentários:

  1. Obrigada, Ana Cristina, Ana Paula, Aquiles e Margarida.

    I.P.C.

    ResponderEliminar
  2. O "Concerto à la Carte" vai estar novamente no Theatro Circo de 16 a 21 e de 25 a 26 de Junho.

    I.P.C.

    ResponderEliminar