segunda-feira, 15 de junho de 2009

Imenso, imeeenso, imensoooooo

Já repararam que tenho tendência para escrever "imenso" entre aspas? O que de certeza não sabem é que é por vergonha. Vergonha, sim, vergonha.
É que, quando encarno a minha persona de professora de Português e estou de esferográfica vermelha em riste a corrigir trabalhos escritos (às vezes verde, vá lá), uso-a para assinalar certos usos deste "redondo vocábulo".
Esta palavra, segundo-já-sabem-o-quê, designa algo " (...) impossível de medir ou contar; desmedido, ilimitado". Acontece, porém, que, oralmente, usamos "imenso" imenso em vez de muito. Ora, honra me seja feita, ninguém me "apanhou", durante as exposições orais, a corrigir os muitos imensos que para lá se disseram. A meu ver, trata-se de uma palavra em plena mutação linguística. Tanto diremos imenso, que imenso passará a ser apenas muito, como estadia e rentável substituíram, respectivamente, estada e rendível.
A língua é um organismo vivo. Observem com o microscópio do tempo esta palavra imenso e depois veremos se tenho razão...

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