terça-feira, 26 de julho de 2011

Ei-los que partem

Uma nova angústia se junta às angústias antigas: esta é a época em que os professores que não pertencem ao quadro de nomeação definitiva (alguns até pertencerão) começam a temer pelo seu lugar. Não pensem que exagero se disser que se me aperta o coração. Aperta-se-me o coração, mesmo se esta fórmula é antiquada e lamechas. Aperta-se-me o coração, mesmo quando não sei o nome dos colegas, nunca estive no mesmo conselho de turma que eles, não tenho a certeza de que disciplina leccionam. Agora imaginem que está em risco o lugar da Sheila, que está cá há cinco ou seis anos, da Cláudia, com que falo frequentemente, do Sérgio, que é sempre simpático. Retrospectivamente, penso nas perdas que sofri ao longo dos anos, pessoas cujos números de telefone conservo, que sei de onde são, onde moram, quantos filhos têm: a Carla Sofia, o Paulo, o Filipe, a Ana...

E agora, a Ivone.

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