O poema que aqui colocámos na semana passada vinha a propósito de um texto escrito no Duasculturasblogspot.com acerca da Matemática japonesa antiga. A associação a este poema fabuloso da Sophia de Mello Breyner Andresen, que mostra a forma como fomos vistos quando chegámos ao Japão, era irresistível.
"Narigudas figuras, inchados calções": cada povo vê-se, e ao tipo que representa, no centro do mundo. Lemos com facilidade as diferenças que nos distinguem e ignoramos as que diferenciam os outros, o que explica que achemos "os chineses todos iguais" e que consideremos, inconscientemente, ameaçadores os rostos com características diferentes das "nossas". O "outro", o que não é como nós.
O poema de Sophia desvenda-nos essa outra faceta dos biombos Namban, a étnica. Para os japoneses, éramos (somos?) todos iguais. Feiinhos.
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