sábado, 1 de agosto de 2009

Férias, que vos quero, férias

Aproveitei este tempo de descompressão para ver televisão, ouvir música, ir ao cinema, ler e, "the last but not the least", estar com os amigos.
Gostaria de lhes falar de uma curta-metragem francesa premiada no Festival de Vila do Conde, "Logorama", que até assusta por pôr em cena, apenas, personagens extraídas da publicidade. Um filme de terror em vários sentidos: por encenar uma violência "à americana", mas também porque demonstra até que ponto o nosso imaginário é parasitariamente povoado por marcas, logotipos, spots, caricaturas.



Também lá vi (antes de chegar a Braga, vitória!) o novo filme de Jim Jarmusch, "Os limites do controlo". Li no Expresso uma crítica engraçada mas desfavorável, com a qual discordo em absoluto. Apesar de cansada (o filme começou tarde e eu sou uma respeitável cidadã, habituada a levantar-se, o mais tardar, às sete da matina), li nele uma eficaz acusação à crise que atravessamos e que o realizador atribui (diria eu) aos economistas e financeiros que nos enganaram a todos e depois se refugiam em "bunkers" altamente vigiados. E como é que o kamikaze, admiravelmente representado por Isaach de Bankolé, consegue iludir a vigilância? A resposta é lapidar: "I used my imagination."
Como quem diz: podem tirar-nos tudo mas não estão a salvo. Nunca estarão a salvo, quando aniquilam tudo e todos em seu redor. Estou moralista? Pois estou.

1 comentário:

  1. Pensando bem, talvez esta mensagem me tenha sugerida por outra notícia que li no "Expresso", que dá conta do processo de guethização (não sei se é assim que se escreve) crescente na península de Tróia. Eu já vi o mesmo suceder no "resort" do Ilhéu das Rolas, em S. Tomé e Príncipe. E achei vergonhoso.

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