terça-feira, 24 de abril de 2012

Um anjo caído na terra


Fotografia de Josef Koudelka/Magnum Photos

Um anjo caído da terra.
Uma vida passada.
Olhares de dor e tristeza,
Serão olhares cúmplices da mágoa?
Um clique, uma imagem,
onde apenas se refletem gestos e expressões.
Um anjo em plena "descensão".
Uma mistério arrastado.
E os animais?
Serão os animais capazes de sentir pena ?
O pequeno anjo vai,
Sozinho e triste,
como se o céu fechasse.
Olhares o observam, ela nada faz.
Reparas na senhora ?
Ele não.
Ela olha e nada faz.
Como se o anjo fosse apenas um negrume.
É dura e fria,
Frio como o vento em pleno Inverno.
Teve tudo e tu nada tiveste.
Pequeno anjo caído,
abre as tuas asas,
e deixa a mágoa voar sem ti.
Como uma noite sem lua,
onde os teus olhos refletem
a pura inocência.
Onde voas.
Apenas tu e as tuas asas.

Texto de Eva Joana Guerreiro da Silva (escrito no âmbito das Oficinas de escrita)

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