segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Inteligência emocional

Há muito, muito tempo, falei-vos aqui, já não sei a propósito de quê, de um livro que achei interessantíssimo e cujas aplicações pedagógicas gostaria, se tivesse tempo, de explorar. Não tenho o livro porque mo emprestaram, por isso imaginam como fiquei contente quando, na sexta-feira, procurando livros de Psicologia, deparei com o "dito cujo".

Curiosamente, e para meu contentamento, esta edição é prefaciada por um homem das letras, Onésimo Teotónio Almeida, o qual pesa os "prós e os contras" da obra. Um exercício de inteligência, por parte de alguém insuspeito.

"Estranhos de passagem", um filme de terror

Também comprámos um filme de terror muito recomendável, onde se cruzam duas temáticas actuais, a imigração ilegal e a extracção ilegal de órgãos humanos. Um filme muito interessante de um realizador de outros dois (dos que eu vi, atenção, um universo n-e-c-e-s-s-a-r-i-a-m-e-n-t-e limitado) filmes de que gostei muito: "Estranhos de passagem" e "Alta fidelidade". E ainda "Ligações perigosas" (mas, como conhecia muito bem o livro, fiquei um pouco mais reticente.
Agora por isso: no lote de livros que o pai Natal nos trouxe vinha o engraçadíssimo Alta Fidelidade de Nick Hornby. Um autor acessível, interessante, que se interessa por temáticas actuais. Uma história romântica (eu hoje estou com veia de vendedora - mas não de banha da cobra) banhada num ambiente musical (agora, sim, descambei. Desculpem).


Um filme romântico, um

Um dos filmes que adquirimos este Natal é um filme de Wong Kar Wai (que também realizou o magnífico "Disponível para amar", um título, desde já aviso, bastante enganador). Chama-se "My blueberry nights" e é protagonizado por Norah Jones (sim, a cantora), Jude Law, Rachel Weiz e Natalie Portman. Vi-o no cinema e gostei francamente.
Curiosamente (em tempo de tecnologias) neste filme romântico situado na actualidade, as cartas (ou postais? já não me lembro) seladas e enviadas pelo correio desempenham um papel importante.

A Biblioteca é um lugar perigoso

Ontem de manhã estava a ouvir um programa de rádio de que gosto muitíssimo, "Um certo olhar", que passa na Antena 2 entre as 10 e as 11h. Como não ouvi o início, desconheço a pergunta que o moderador, Luís Caetano, colocou aos intervenientes no debate. Julgo que o pretexto era uma exposição patente numa Biblioteca municipal. O certo é que a conversa versava sobre as coisas que pomos ou encontramos dentro de livros. Lembrei-me então desta histoire pressée de Bernard Friot:
Prudence

"Son père lui avait dit: «Un des livres de la bibliothèque est creux. En réalité, c'est une boîte déguisée. Elle contient une importance somme d'argent. En cas de besoin.»
Par pure curiosité, elle décida de chercher le livre factice. La bibliothèque était immense. Elle ouvrit les livres un à un, en commençant par les dictionnaires.
En ouvrant un vieux missel, elle trouva une image pieuse. Une feuille de laurier était coincée dans un livre de cuisine. Un morceau de tissu dépassait d'un manuel de couture. Des fleurs séchées tombèrent d'un roman d'amour. Une fourmi rouge sortit d'un guide sur les insectes. Juste à côté, il y avait une encyclopédie musicale. Un son étrange s'échappa quand elle en souleva la couverture.
Sur une étagère du haut, elle trouva un roman policier. Elle lut le titre: L'assassin dans la bibliothèque. Elle ne l'ouvrit pas."

Justificação de faltas

Este blogue tem andado muito parado. Será sono ou manha do dono? Pois nem uma, nem outra. Temos tido problemas técnicos (leia-se "acesso intermitente à Internet") e pessoais. Estes últimos já passaram, veremos o que sucede aos primeiros. No preciso momento em que escrevo isto, a Ana Margarida manda-me gravar o que escrevo. Pois é... às vezes torna-se difícil imaginar uma regressão ao estádio anterior, mas o certo é que as intermitências da Net e as falhas de electricidade no Natal passado nos fizeram estremecer. Até eu, que sou da idade da pedra lascada, me confesso teledependente.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Resoluções de ano novo


"(...) acreditar / que daqui para a frente... / tudo vai ser diferente." foi o que aconteceu a Mitch Altman, um americano que, em 2003, abandonou o emprego para se dedicar a algo de que «realmente gostasse». E o seu ideal era... desligar televisões. E, se bem o pensou, melhor o fez: criou um dispositivo, o "TV-B-Gone", que faz precisamente isso. Actualmente, o inventor dirige uma empresa com doze postos de trabalho a tempo parcial. O que tem esta reportagem (da autoria de de João Pedro Pereira) do caderno P2 do Público de 2 de Janeiro a ver connosco? É que não ver televisão em excesso liberta tempo para fazer coisas mais úteis.

O "milagre" da renovação

Cortar o Tempo

Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.


Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar
no limite da exaustão.


Doze meses dão para
qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para a frente...
tudo vai ser diferente.

(Carlos Drummond de Andrade)

Novas aquisições (filmes II)

Também comprámos livros baseados na vida de escritores («Wilde» e «O mundo encantado de Beatrix Potter»), personagens («Corto Maltese na Sibéria», «O estranho mundo de Jack») e pessoas («Anne Frank»). No nosso acervo já constava «Capote», um bom filme de Bennett Miller com Philip Seymour Hoffman recriando o truculento Truman Capote; e o documentário de Miguel Faria Jr. acerca da vida e obra de Vinicius de Moraes.

Novas aquisições: (filmes I)











«Vocês têm cá uns filmes bestiais!», exclamou um colega nosso, hoje de manhã, ao entrar na nossa salinha de reservados. «Vocês?! Nós...», retorquiu, de imediato, a Ana Margarida. E é verdade: é tudo verdade. Temos filmes óptimos aqui na Biblioteca, que todos nós, elementos da Comunidade educativa, podemos requisitar.

Além disso, adquirimos mais filmes novos. Começo por aqueles que se baseiam em obras literárias e, justamente, com uma de que se falou recentemente neste blogue, «O monte dos vendavais» de Peter Kosminsky, com Juliette Binoche e Ralph Fiennes. Também com Ralph Fiennes, desta feita com Kate Winslet, um filme muito recente, muito interessante, vencedor de um Óscar da Academia de Hollywood, «O Leitor». Uma perspectiva diferente das dificuldades experimentadas pelos alemães no pós II guerra mundial (também comprámos «As vidas dos outros»).

No verão passado vi numa sala de cinema «Expiação», uma recriação fiel do livro de Ian McEwan (também de Peter Kosminsky), com Keira Knightley e James McAvoy. Bonito e interessante. Nunca vi «O perfume. História de um assassino», mas o livro, de Patrick Suskind, é fascinante. O mesmo, mas inversamente, poderia dizer de «Mystic River» (nunca li o livro de Dennis Lehane, mas o filme de Clint Eastwood é bom).

Por último, um filme que a crítica não considerou, mas de que eu gostei: «Ensaio sobre a cegueira», um filme de Fernando Meirelles com Julianne Moore, Mark Rufallo e Danny Glover. (Já possuíamos três filmes que também entram nesta categoria: «A turma», «Chocolate» e «O nome da Rosa»).